quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

José Agripino deverá assumir a direção nacional do DEM

Fracasso da oposição nas eleições derruba deputado carioca do comando do partido. Ele deverá ser substituído pelo senador José Agripino Maia

Após reunião da executiva do partido ontem (8), o deputado Rodrigo Maia (RJ) resolveu deixar a presidência do DEM e convocar uma convenção nacional para definir o novo comando do partido, prevista para 15 março. Desde o final das eleições, Rodrigo Maia vinha sendo pressionado para deixar a presidência do DEM, em razão do fracasso das oposições nas eleições deste ano.

Após a reunião da executiva, Rodrigo Maia admitiu que as eleições de 2010 foram "desastrosas" para a oposição, com a vitória de Dilma Rousseff, do PT. Após a eleição, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, começou a fazer pressão para que o partido se fundisse ao PMDB. Por outro lado, o ex-senador Jorge Bornhausen, uma espécie de eminência parda do DEM, pedia a substituição de Rodrigo.

As críticas foram dirigidas à maneira como Rodrigo conduziu as atividades de campanhas e as relações entre as lideranças partidárias e as coligações regionais. A situação também levou a uma cada vez mais iminente desfiliação do próprio Kassab do DEM.

O deputado carioca, cujo mandato na presidência do DEM iria até agosto, ainda tentou contemporizar a conflagração das rejeições. A pressão na reunião o fez, porém, optar pela renúncia. O provável nome do substituto de Rodrigo Maia é o senador José Agripino Maia (RN), que é seu parente. Integrante da bancada ruralista, o deputado Marco Montes (MG), também é um dos cotados para assumir a vaga a ser deixada pelo colega fluminense.

De forma velada, Rodrigo fez uma ponderação sobre o contexto interno da sigla, causa de sua decisão. “Eu não poderia, de forma alguma, ser o responsável pela implosão deste partido, nem por uma decisão de qualquer um dos nossos filiados, de deixar a nossa agremiação”, disse o deputado, visivelmente contrariado.

“Refleti muito de ontem para hoje e tomei uma decisão prevista no estatuto. Uma decisão minha de, não havendo consenso – e entendendo que a presidência não é mais importante que a unidade do partido –, decidi por convocar uma convenção extraordinária, no fórum mais legítimo e democrático que o partido tem”, discursou.

Uma das principais figuras do partido no Senado, Demóstenes Torres (GO) não quis polemizar sobre a decisão de Rodrigo, mas sinalizou aprovação. “O partido teve desempenho bom só em alguns lugares. E nós precisamos ter um novo fôlego para constituir novas comissões, para podermos participar bem das eleições municipais, depois das eleições estaduais, e depois das eleições federais”, contextualizou o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, para quem o DEM não pode mais ser “apêndice do PSDB”, principal partido de oposição no Congresso.

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