A Comissão Permanente do Vestibular (Comperve) realizou, no último sábado (17), um seminário em que é feito o balanço sobre o vestibular 2012. O assunto principal foi à adesão gradual do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para o vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). No ano passado, 6% dos cursos da universidade usaram o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) como forma de ingresso.
Nesse ano, a intenção é que 50% das vagas dos cursos da UFRN serão oferecidas através do Enem e o restante seria dado pelo vestibular tradicional. A Comperve falou que isso só seria uma hipótese e que não há nada confirmado, pois essa proposta será encaminhada para Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe).
A presidente da Comperve, Magda Melo, disse que além dessa possibilidade também podem ainda aderir totalmente o vestibular tradicional ou totalmente o Enem. Entretanto, ela disse que há grandes chances que realmente a oferta de vagas seja dividida em vestibular tradicional e Enem.
“Desde 2011, estamos usando o Enem em alguns cursos da Universidade e a cada ano a intenção é aumentar a quantidade de cursos que usarão o exame como forma de entrar na UFRN, até alcançar todos os cursos”, disse Magda.
A intenção é que o vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte seja totalmente integrado ao Enem até o ano de 2014. No Nordeste somente 14 universidades federais aderiram ao Enem tanto de forma integral quanto parcial no ano passado.
Aquelas que aderiram de forma integral (com Sisu ou não) são: Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal do Vale São Francisco (Univasf) e Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa).
Já as universidades que aderiram de forma parcial ou para preencher as vagas remanescentes são: Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
O Seminário contou com a participação da reitora da UFRN, Ângela Cruz, do pró-reitor de graduação, Alexandre Augusto de Lara Menezes, a presidente da Comperve, Magda Melo, e da secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho.
De acordo com Magda Melo, que está otimista, a decisão da Consepe será divulgada no final do mês de abril ou início de maio.
Opinião dos alunos
Após a divulgação da notícia sobre a adesão da metade das vagas da UFRN ao Enem, muitos alunos que prestarão o vestibular esse ano estão bastante preocupados com a decisão, já que nos últimos três anos têm se noticiado sobre roubo de provas, erros de digitação, vazamento de gabarito e entre outros erros que fazem com que a prova perca a confiança dos alunos.
O vestibulando Luiz Guilherme Pinheiro, de 19 anos, vai fazer pela terceira vez o vestibular para medicina e diz que é contra a adesão ao Enem. “Eu sou contra, porque todo o ano a prova vem com problemas de todos os tipos. São roubos de provas, acesso ao gabarito, redação, etc. Isso não me passa confiança que o Enem seja seguro”, disse.
Já a estudante Karla Oliveira, de 19 anos, que também pretende ingressar em medicina, acha que a universidade teve uma atitude precipitada em aderir ao Enem nesse ano.
“A reitora tomou uma decisão precipitada, porque o Enem não é confiável e a prova é desorganizada”, disse. “A prova não é difícil, o problema são as quantidades de questões [são 90 questões a cada dia da prova] e o pouco tempo para realizá-las”.
Já a designer Amanda Karoline Ribeiro, vai tentar fazer vestibular para Publicidade e Propaganda, ela acha que a adesão ao Enem foi uma boa opção. “Por mais que a prova tenha alguns problemas, eu achei vantagem porque eu posso tentar ingressar na Universidade por duas formas”, comentou.
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