segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Iberê e Wima não se defendem das críticas de Rosalba Ciarlini

Diante das críticas, o silêncio. Apesar de toda a exposição negativa à qual a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) tem submetido o governo passado, o ex-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB) não se defendeu. Recuperando-se de uma cirurgia na próstata, o governador ainda não deu sua versão sobre as contas do Estado e vem se recusando, desde o final do ano passado, a dar entrevistas. Reforçando a inércia do próprio Iberê, nenhuma voz saiu em defesa do governo do PSB.

A ex-governadora Wilma de Faria (PSB) também adotou a lei do silêncio. Questionada sobre as críticas que o novo governo vem fazendo à situação das finanças do Estado, Wilma disse que não vai comentar o assunto. "Estou em um momento de reflexão", esquivou-se. Sobram dúvidas. A explicação aguardada pela sociedade diante do bombardeio de informações publicadas sobre as finanças do Estado não foi encontrada.

Até os deputados estaduais que apoiavam o governo pessebista se calaram. A reportagem do Diário deNatal tentou, na semana passada, entrar em contato com os deputados Fernando Mineiro (PSB), Gustavo Carvalho (PSB), Márcia Maia (PSB) e Larissa Rosado (PSB), mas não obteve sucesso. Aparentemente, falta interesse dos parlamentares de sair em defesa do governo que, até o dia 31 de dezembro do ano passado, sustentavam.

Depois de quase uma década de governo, o PSB saiu do poder deixando a impressão de não se preocupar com a imagem da sua gestão que ficará para o eleitorado do Estado. Enquanto os adversários, que são responsáveis pela nova gestão, promovem um verdadeiro achincalhamento público da principal liderança da legenda, Wilma de Faria, e do seu sucessor, Iberê Ferreira, o partido e os aliados se omitem.

O governo passado ainda será alvo do atual por, pelo menos, até o final do ano. Para fortalecer o discurso de oposição, o bloco partidário que se denomina "o time de Lula" - formado por PSB, PT, PR, PCdoB e PHS - precisa mostrar seus argumentos sobre o que pregam os adversários. O ex-governador, cirurgiado no último dia 4, disse que, quando se recuperar desse processo, comentará o assunto.

Enfraquecido com as derrotas de Iberê na disputa pela reeleição e de Wilma na corrida pelo Senado, o PSB terá, nas eleições de 2012, a oportunidade de se reposicionar no mapa político do Rio Grande do Norte, conquistando as prefeituras de grandes colégios eleitorais, como Natal e Mossoró. Para ter credibilidade com o eleitorado, os líderes da legenda terão, uma hora ou outra, que dar a cara para bater e colocar seu discurso em prática.

Artilharia pesada vem sendo utilizada desde a posse

Após uma campanha acirrada, Rosalba já assumiu o governo com a "metralhadora" apontada para os adversários. No seu discurso de posse, ela criticou a situação das finanças do governo. A democrata também insinuou que houve prática de corrupção durante a gestão do PSB e prometeu transparência nos gastos. Iberê, ao entregar o cargo para Rosalba, se calou diante das críticas.

Mesmo sem responder ao discurso inflamado de Rosalba, o ex-governador disse, naquela ocasição, que todos os atos praticados por ele à frente do governo foram legais. "Se eu tivesse algo a temer não estaria presente para entregar o cargo. Não sou menino. Fiz tudo na legalidade", declarou, referindo-se às operações realizadas nos últimos dias de governo para quitar a folha de pagamento do funcionalismo público estadual.

A novela das finanças do governo continua. Rosalba Ciarlini afirma ainda desconhecer o volume de dívidas deixadas pelo governo anterior. A governadora disse que implantou um sistema de unificação das contas de todas as pastas para calcular o valor total que o Estado tem para pagar. Ela ressaltou que haverá uma avaliação de cada empenho, para comprovar a legalidade do contrato.

Rosalba Ciarlini prometeu anunciar no final de janeiro o valor total do débito deixado por Iberê. Ela frisou que o montante de aproximadamente R$ 800 milhões, calculado pela equipe de transição em dezembro do ano passado, é inferior ao total real de dívidas encontradas até hoje. O governo está realizado auditoria na última folha de pagamento da gestão de Iberê e anunciou que entregará o resultado ao Ministério Público (MP). As denúncias feitas pela atual administração são muitas. Está faltando a defesa articulada dos ex-gestores.

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