O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp, afirmou que o partido tem como meta lançar candidato próprio em todos os municípios. Ele admitiu que alianças serão feitas, mas foi enfático ao afirmar que para crescer e fazer um número maior de prefeitos (hoje são 1.200) será necessário provocar mais disputas.
emanuel amaral
Presidente do PMDB potiguar, deputado Henrique Eduardo, saúda o senador em encontro de lideranças locais
O senador esteve em Natal participando do seminário “Rumos a 2012: estradas e bandeiras”, promovido pela Fundação Ulisses Guimarães.
Analisando o cenário nacional, Valdir Raupp considerou legítimos os pleitos dos peemedebistas para ocuparem cargos no Governo Dilma Rousseff. “O PMDB é o segundo partido da base, talvez até o maior, no Senado é o maior. Tem apenas cinco ministérios. O PT tem 20 ministérios. No entanto, setores da mídia nem falam nos cargos do PT e só o que falam é do PMDB, que tem cinco ministérios e será que não pode ocupar outros cargos de segundo escalão?”, destacou o senador. A seguir a entrevista que ele concedeu a TRIBUNA DO NORTE.
Como se delineia a eleição de 2012 para o PMDB?
Nossa orientação partidária para os diretórios estaduais e municipais é de que, preferencialmente, lancem candidaturas próprias. Em todas as cidades devemos ter candidaturas próprias. Queremos fazer um número ainda maior do que já temos hoje de prefeito. Temos quase 1.200 prefeitos. É o partido que tem mais prefeitos, mais vereadores, mais deputados estaduais, senadores. Lá na Câmara perdemos a hegemonia agora para o PT, mas pretendemos recuperar na próxima. Para que o partido ganhe eleição é igual a time de futebol, para ganhar tem que disputar. Para ganhar torcida, inclusive, tem que disputar. Temos que disputar forte. Nossa orientação é que o PMDB procure lançar candidaturas próprias dentro do possível, é claro, em todas as cidades.
O PSDB e DEM já avisaram que irão entrar com Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a lei que prevê reajuste do salário mínimo por decreto. Qual a posição do PMDB sobre esse assunto?
O PMDB deixou a posição bem clara no Senado e na Câmara. O que está se discutindo é uma regra do aumento do salário mínimo que é somar o PIB com a inflação, que vai dar no ano que vem, em 2012, o aumento em torno de 13%. O ganho real é muito forte do salário mínimo, não só agora, mas nos últimos oito anos. Isso foi muito estudado. O governo tem um corpo técnico muito forte, a Advocacia Geral da União, a Casa Civil tem bons advogados. Todo esse projeto quando chegou ao Senado já tinha sido muito bem estudado e creio que não haverá nenhum problema.
Pós-votação do salário mínimo, como se comporta o PMDB no retorno das negociações dos cargos comissionados?
O PMDB no primeiro mandato do Governo Lula ficou dois anos sem cargo. Mas dado o tamanho do PMDB, responsabilidade do PMDB, nós jamais nem podemos pensar em fazer oposição. Naquele momento o PMDB foi fundamental para governabilidade do Governo Lula, até pela crise que surgiu no final do primeiro mandato. Não será agora que o PMDB vai deixar de votar por falta de cargos. Cargo é uma coisa automática, democrática. Como falou o Henrique (o deputado federal Henrique Eduardo Alves), se o partido ajudou a eleger a presidente e tem o vice-presidente da República é natural, em qualquer democracia do mundo, que ele compartilhe os cargos. Se ele ajuda a eleger, faz parte do governo, natural que ele ajude a governar também. Isso não deveria nem estar se discutindo. O PMDB é o segundo partido da base, talvez até o maior, no Senado é o maior. Tem apenas cinco ministérios. O PT tem 20 ministérios. No entanto, setores da mídia nem falam nos cargos do PT e só o que falam é do PMDB, que tem cinco ministérios e será que não pode ocupar outros cargos de segundo escalão? O PMDB tem procurado colocar técnicos da área. Se é do setor elétrico, então buscamos técnicos. Tem que ser técnico qualificado para poder ocupar os cargos.
PMDB vai disputar a Prefeitura de Natal com nome do partido
Os dois principais líderes do PMDB no Rio Grande do Norte foram enfáticos ao afirmarem que o partido deverá ter candidato próprio a prefeito de Natal. O deputado federal Henrique Eduardo Alves e o ministro da Previdência Garibaldi Filho destacaram que é preciso a legenda se lançar para o pleito 2012.
Questionado sobre quem seria o candidato, Garibaldi Filho disse que a primeira alternativa seria o deputado estadual Hermano Morais. Mas e o deputado estadual Walter Alves? “Acho que Walter vai ter que esperar um pouco. Mas essa é minha opinião, não sei se é a dele”, respondeu o ministro.
Durante a entrevista coletiva com os líderes peemedebistas, o deputado federal Henrique Eduardo Alves voltou a abordar as questões do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante e a Copa do Mundo de 2014. Sobre o terminal aeroportuário, o deputado foi enfático: “No final de março, o mais tardar na primeira semana de abril sairá o edital do aeroporto. Não tenham dúvida”, ressaltou.
Já sobre o mundial de futebol, ele também foi claro: “A chance é zero de Natal não ser sede da Copa do Mundo de 2014. E a chance é 10 de Natal ser uma das sedes mais bonitas da Copa do Mundo de 2014”.
Presidente da FUG destaca formação de candidatos
Presidente da Fundação Ulysses Guimarães, o ex-ministro Eliseu Padilha, destacou o trabalho da entidade em formar candidatos. Para o líder partidário, que elogiou a estrutura da Fundação no Rio Grande do Norte, a formação do candidato é fundamental para esse novo momento vivido pela política.
“O candidato precisa conhecer. Quando se submete a uma eleição não se exige nada, mas é preciso ter uma noção básica, uma formação mínima, por isso a necessidade de formarmos os candidatos”, destacou Eliseu Padilha.
Ele frisou ainda que o pleito de 2012 será fundamental para o próprio perfil da política brasileira. “Nós vivemos um momento muito singular na política brasileira. Se entrevistássemos as pessoas veríamos muita descrença. 2012 é a oportunidade para que o PMDB e os políticos de moda geral possam mostrar para sociedade que são diferentes de algo que a média da concepção da população imagina. Isso a gente só consegue mostrar conhecendo a política”, destacou, lembrando que o curso de formação foi oferecido também em 2008.
O presidente estadual do PMDB, o deputado federal Henrique Eduardo Alves, ressaltou o momento vivido atualmente pelo partido. Ele lembrou de dificuldades enfrentadas pela legenda no passado, mas foi enfático ao afirmar que o cenário agora é outro. “É o novo PMDB. O partido cresceu, olhamos para o nosso passado, onde perdemos um pouco o rumo, tivemos divergências, mas agora é outro momento. Voltamos ao PMDB unido”, destacou o parlamentar, lembrando a votação do projeto do salário mínimo na Câmara dos Deputados onde os 77 deputados peemedebistas votaram favorável.
“Em 40 anos daquela Casa nunca tinha visto a bancada votar completa e unida. E não me digam que é por causa de cargo, porque dos 77 deputados do PMDB, 25 não votaram na presidente Dilma Rousseff”, comentou Henrique Eduardo.
Analisando a situação da bancada peemedebista na Câmara, ele disse que a unidade dos deputados não foi algo episódico. “Estamos fazendo discussões, debates e podem esperar porque o PMDB irá apresentar o seu projeto de reforma política”, completou.
Anna Ruth Dantas - Repórter
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