A cidade de Ouro Branco, na região Central de Minas, para onde foram recentemente alguns Cerrocoraenses, está em situação de alerta por causa de um suposto surto de meningite. Na última sexta-feira, um jovem de 19 anos morreu vítima da doença. Outras dezessete pessoas estão internadas em dois hospitais da cidade com os sintomas da meningite bacteriana. Todos os casos são de trabalhadores que vieram de Sergipe, contratados pela Construtora Paranasa, responsável pela ampliação da usina da Gerdau Açominas. Eles moram em alojamentos, na área externa da siderúrgica, a cerca de 6 km de Ouro Branco. Somente na área onde estavam os possíveis infectados, vivem cerca de 1.200 pessoas.
Alguns funcionários, que não vivem alojados e pediram para não serem identificados, confirmaram o problema e disseram que os moradores dos alojamentos foram proibidos de falar com a imprensa. Eles denunciaram ainda as péssimas condições de higiene dos abrigos. “Aqui todos estão com medo dessa doença. A Gerdau está tentando colocar panos quentes e esconder a situação”, afirmou um dos funcionários.
Os caminhoneiros que chegam à Gerdau estão usando um sanitário na entrada da empresa no meio da lama. “Ficamos dois dias aqui no pátio, e eles proibiram o nosso acesso ao banheiro que tem chuveiro e outros sanitários”, contou um caminhoneiro, que pediu para não ter o nome divulgado.
De acordo com o secretário municipal de saúde, Hideraldo Belini, a siderúrgica notificou a prefeitura na sexta-feira quando surgiu o primeiro caso. “Infelizmente, o homem morreu no mesmo dia e recebemos os outros 17 casos em seguida”, afirmou. Segundo Belini, a secretaria está investigando se algum funcionário veio doente de Sergipe.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou, por meio da assessoria, que ainda não foi notificada pela Superintendência Regional de Saúde. Segundo Belini, a Secretaria Municipal de Saúde está fazendo um levantamento para mandar ainda hoje um relatório para a SES.
O secretário afirmou que o líquido da coluna das pessoas com sintomas de meningite foram enviados para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. “O laudo confirmando ou descartando a doença deve ser emitido em 15 dias”, explicou Belini.
Respostas
Em nota, a Gerdau admitiu a existência de casos de meningite entre os trabalhadores terceirizados, lamentou a morte de um deles, mas não deu detalhes de quantas pessoas estariam infectadas. Segundo a siderúrgica, “todas as providências foram tomadas para que os colaboradores estejam devidamente alojados e protegidos da exposição a quaisquer riscos de saúde”.
A construtora Paranasa informou que “os alojamentos são de boa qualidade, dentro das normas sanitárias. Os colaboradores trabalham normalmente na obra, estando livres para sair dos alojamentos”.
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