A Lei Complementar 135/10 sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início do mês segue sua trajetória envolta a polêmicas. Conhecida como Lei Ficha Limpa, a matéria que surgiu pela iniciativa popular foi amplamente debatida no Congresso Nacional, mas apenas na quinta-feira à noite foi definido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que terá validade já a partir das eleições deste ano.
Entre as lideranças políticas do Grande ABC não há consenso sobre o que de fato mudará com a nova legislação, apesar de todos os consultados se mostrarem favoráveis aos seus dispositivos.
O prefeito de Rio Grande reitera sua preocupação. "Temos de levar em conta a Constituição, que é a nossa lei maior, e não seguir o que a população está pensando no momento."
O deputado estadual Vanderlei Siraque (PT-Santo André) faz leitura semelhante à de Kiko, ao remeter às contradições da lei com referência na Constituição. "Depois do período de inscrições das candidaturas qualquer um poderá impugná-la. Isso pode gerar um festival de acusações. Por outro lado é bom porque gera discussão política", avalia, ao comemorar a decisão do TSE de validar a lei para o pleito de outubro.
Colega de Siraque na Assembleia Legislativa, Orlando Morando (PSDB-São Bernardo) vai além, e diz que a "invalidez da Ficha Limpa para as próximas eleições seria golpe na sociedade." "É lamentável que a lei tenha partido do apelo popular, quando quem deveria barrar a candidatura dos ‘fichas-sujas'' são os partidos", observa, ao cobrar que a legislação seja empregada "doa a quem doer". "Como tenho a ficha limpa, não me preocupo".
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