segunda-feira, 18 de outubro de 2010

'Iberê herdou o governo em situação difícil', diz João

LUÍS JUETÊ
Da Redação

O presidente do Partido da República no Rio Grande do Norte, deputado federal João Maia, concedeu entrevista para Rádio Cabugi do Seridó, oportunidade em que analisou o resultado do processo eleitoral no Estado. Ele comemorou a expressiva votação obtida no pleito de 3 de outubro passado, acrescentando que o seu nome recebeu sufrágios em todas as cidades do Rio Grande do Norte, além de destacar que a partir da próxima legislatura o PR contará com dois deputados estaduais no Poder Legislativo.
"Iberê Ferreira era o meu candidato, o PR tinha só o primeiro voto do senador Garibaldi Filho. Eu penso que Iberê herdou um governo numa situação muito difícil, enfrentou uma candidata muito competente, Rosalba desde que ganhou a eleição de senadora ela teve uma presença marcante em todos os municípios do RN, foi se consolidando com uma candidatura muito forte e o Governo realmente não ajudou Iberê, quer dizer, o estado em que Iberê Ferreira encontrou a organização, as finanças do Estado não o ajudaram. Eu não vou tirar os méritos de Rosalba não, ela trabalhou com competência pra ganhar a eleição", disse João Maia ao raciocinar a respeito dos fatores que levaram o chefe do Poder Executivo a não conquistar a sua reeleição.


RÁDIO CABUGI - Como o senhor avalia o resultado do pleito em 3 de outubro para o partido presidido pelo senhor no RN?
JOÃO MAIA - Nós conseguimos uma votação muito expressiva, nós fomos votados em todas as cidades mais uma vez, ultrapassamos 207 mil votos, é um número muito significativo, é um reconhecimento de trabalho e a gente não tinha elegido nenhum deputado estadual na última eleição e dessa vez nós elegemos dois deputados estaduais e ficamos com a primeira suplência. Então, eu penso que esse trabalho de organização, de divulgação das propostas, dos projetos do Partido da República foi pelo povo do RN.

RC - Como o senhor analisa o insucesso eleitoral do seu candidato Iberê Ferreira e da candidata ao senado Wilma de Faria?
JM - Iberê era o meu candidato, o PR tinha só o primeiro voto do senador Garibaldi Filho. Eu penso que Iberê herdou um governo numa situação muito difícil, enfrentou uma candidata muito competente, Rosalba desde que ganhou a eleição de senadora ela teve uma presença marcante em todos os municípios do RN, foi se consolidando com uma candidatura muito forte e o Governo realmente não ajudou Iberê, quer dizer, o estado em que Iberê encontrou a organização, as finanças do Estado não o ajudou. Eu não vou tirar os méritos de Rosalba não, ela trabalhou com competência pra ganhar a eleição.

RC - O senhor é um político que não falta com a verdade em seus conceitos emitidos. Daí a sua credibilidade diante dos seus conterrâneos e lideranças políticas do RN. Partindo deste princípio, a que o senhor atribui a derrota da candidata de sua coligação ao senado Wilma de Faria, inclusive não tendo seu integral apoio?
JM - Não era da minha coligação, eu tenho respeito e consideração por Wilma e jamais falaria mal de alguém que perdeu, eu só brigo pra cima, eu não brigo pra baixo, acho que ela merece respeito, mais só pra recomposição da verdade a nossa coligação era com o PMDB e o PV, portanto o nosso único candidato a senador era o senador Garibaldi Alves Filho. Eu não sei atribuir, eu não consigo analisar as razões da derrota da ex-governadora Wilma por que é inclusive um fato muito inédito, talvez no Brasil todo não tenha nada igual - alguém que passou oito anos no governo e que não se elegeu pra o Senado. Isso é mais motivo de reflexão pra ex-governadora Wilma do que pra mim.

RC - Dentro desta mesma análise franca e correta, como é do seu costume, o senhor numa avaliação independente não identifica como comprometedora e falha as condições que a ex-governadora entregou o Executivo ao candidato Iberê Ferreira de Souza a ponto do mesmo não ter tido como cumprir os compromissos administrativos com o Estado, e daí, receber naturalmente os benefícios eleitorais?
JM - Eu não conheço profundamente a situação, a impressão que a gente tem que as pessoas têm, é que o governador Iberê Ferreira realmente herdou uma situação financeira, administrativa do Estado muito difícil. O pessoal refletiu muito na questão da saúde especialmente, muito embora na questão da segurança eu penso que ele avançou muito, mais na saúde, na educação, nos convênios com as prefeituras a gente sente que ele enfrentou dificuldades.
RC- Além da administração da senhora Wilma de Faria quando a imprensa dizia e publicava que a saúde, a educação e a segurança estavam sucateadas, quais os pontos, na sua avaliação que comprometeram a possível vitória do candidato Iberê Ferreira de Souza junto ao eleitorado?
JM - A segurança eu faço uma ressalva. A segurança é um problema do país inteiro, as mudanças que Iberê fez na segurança ajudaram muito, a gente passou a ter uma segurança mais ativa, mais comprometida. A questão da saúde realmente é uma situação beirando a calamidade, mais eu penso também como a situação não estava boa as pessoas viam, olhavam com bons olhos o fim da continuidade, e, portanto, a governadora eleita, Rosalba, ela encarnou esse sentimento de mudança, eu acho que isso prejudicou muito Iberê.

RC - Como o senhor recebeu o apelo da governadora eleita Rosalba Ciarlini para junto com toda classe política ajudá-la a enfrentar os problemas do estado?
JM - Eu sou um norte-rio-grandense apaixonado. Eu conversei com a governadora eleita Rosalba. Minha posição não foi escolhida por mim, foi escolhida pelo povo, o povo me escolheu pra ser oposição, mais eu disse a ela com todas as letras que o que eu puder fazer pra ajudar o RN eu jamais deixarei de fazer, inclusive disse que eu trabalhei por projetos muito importantes como Complexo da Abolição, a estrada do sal, que beneficiava Mossoró que era oposição. Eu sou oposição ao governo, não sou oposição aos interesses do povo do RN.

RC - O deputado João Maia entende como possível neste convite uma abertura para o diálogo político que possa desembocar nas eleições de 2012?
JM - É muito cedo pra falar isso. O que posso afirmar aos conterrâneos do Seridó é que o RN vai contar com João Maia como contou até hoje, trabalhando duro nas áreas onde a gente pode ajudar para que a vida das pessoas melhore. Eu tenho muito orgulho do meu primeiro mandato, pelas novas estradas, quer dizer, por aqueles recursos que a gente trouxe pra os municípios. Essa é a nossa função. A missão que o povo nos dar é de continuar a trabalhar. E é isso que eu vou fazer.

RC - O Partido da República que lhe deu uma votação consagradora em 3 de outubro, continuando em crescimento e alcançando um resultado marcante nas eleições municipais de 2012, poderá credenciá-lo a disputar uma eleição majoritária?
JM - Sinceramente, é muito cedo, eu tive esse sonho, mais eu estou naquela fase de passou a eleição, discutir de Brasília com a direção de partido que rumo nós vamos tomar, apoiar a candidatura Dilma, que a nossa candidata no RN, eu tenho uma responsabilidade, eu fui o deputado do partido proporcionalmente mais votado do Brasil. Nem foi Tiririca, nem foi Garotinho, quer dizer, eu tive 13,1% dos votos válidos para deputado federal do RN, e isso o partido nacionalmente olha com muito respeito. Quero discutir meu futuro político e minhas ações políticas com o partido no RN onde já marquei uma reunião do partido pra gente discutir esse segundo turno e nacionalmente onde fiz a reunião com a direção do PR essa semana em Brasília.

RC - A imprensa tem divulgado com certa insistência o possível estremecimento no relacionamento político do senhor com o deputado Vivaldo Costa em virtude do apoio dele à governadora eleita Rosalba Ciarlini como também pelo fato do senhor não ter alcançado a votação prometida e esperada em Caicó. O que há sobre isso verdadeiramente?
JM - Eu não tinha uma votação prometida. Eu tive muitos votos em Caicó e agradeço muito a cada voto recebido naquele município. Caicó é a nossa base no Seridó. Eu não tenho nenhum conflito em relação à questão de Vivaldo, por ela foi definitivamente combinada. Vivaldo é o presidente de honra do partido e desde o início decidiu que apoiava Rosalba e a gente respeitou a sua posição. Brevemente terei uma reunião com Vivaldo e o que eu quero mesmo é me dedicar mais à organização do partido em Caicó, eu vou fazer essa tarefa pessoalmente, eu acredito muito em organização, a gente precisa rejuvenescer o partido, criar o PR jovem, fazer coordenação por cada região de Caicó, trazer as lideranças de bairros. Eu tenho em relação a Caicó uma crítica que eu já fiz a Vivaldo, "nós precisamos elevar o nível de fazer política em Caicó". A minha conversa com Vivaldo será em relação a isso, não por questão de votos que tive. Sou muito agradecido a cada um deles.

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