O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse hoje (7) que acha bom a realização do segundo turno nas eleições presidenciais por permitir ao eleitor conhecer melhor os candidatos. “Eu acho que um país, com o tamanho do Brasil, com a diversidade cultural que tem o Brasil, com as diferenças de região para região, o segundo turno permite que as pessoas conheçam melhor cada candidato, permite que exista um debate de ideias mais frontal. E acho isso ótimo para o Brasil”. Lula participou da inauguração da ampliação do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras, no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Lula lembrou sua própria trajetória política para reforçar as vantagens de ter um segundo turno. “Eu primeiro agradeço a Deus por ter perdido em 1989, porque quando eu cheguei em 2002 cheguei muito mais preparado. Segundo, eu agradeço a Deus o segundo turno de 2006, porque se eu ganho com 51% ia ficar a dúvida de que ganhamos por pouco e que a metade da população não queria. E foi o segundo turno que permitiu o debate político e ideológico. Que permitiu a cada um mostrar o que era, o compromisso que cada um tem, de que lado você está, com quem você está comprometido. Então eu acho que é uma benção de Deus a gente ter a chance de disputar um segundo turno e poder fazer um debate para que as pessoas compreendam o que cada candidato quer e o que nós queremos que aconteça com o Brasil.”
Perguntado se o apoio da candidata do Partido Verde (PV) Marina Silva era bem-vindo, Lula elogiou sua ex-ministra do Meio Ambiente. “Eu acho que a Marina é uma extraordinária companheira. Eu não preciso dizer para vocês do carinho da convivência de 30 anos com a Marina. Da convivência com alguém que foi minha ministra durante dois terços do meu mandato. Ela entrou no ministério quando eu quis. Eu anunciei que ela era ministra em Nova Iorque e saiu do governo quando ela quis. Quando ela saiu do governo eu compreendi, quando ela saiu do PT eu compreendi, quando ela quis ser candidata a presidente eu compreendi. Eu compreendo que ela vai demorar um pouco para tomar a decisão. E talvez ela nem tome a decisão, talvez ela queira ficar um pouco neutra.”
O presidente admitiu que haveria “jogo sujo” na reta final das eleições, com questões relacionadas ao voto religioso e ao debate sobre o aborto.“Sempre há. O que a gente não pode é priorizar o secundário e deixar de trabalhar aquilo que é prioritário. A Dilma tem programa, tem um governo que ela pode orgulhosamente comprovar o que fez. Ela tem uma posição contra o aborto já dita por ela. Mas se tem gente no jogo do submundo da política fazendo aquela política rasteira, como fizeram comigo em 1989, eu já fui vítima disso. Eu acho que essas coisas ficarão claras durante o debate, durante a campanha.”
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