Foto: Reprodução
Mamógrafo, equipamento essencial na prevenção do Cancêr de Mama.
A situação dos equipamentos de mamografia foi avaliada pela reportagem, após a publicação de uma pesquisa nacional publicada pelo Departamento de Auditoria do SUS – Denasus. De acordo com a auditoria, o Rio Grande do Norte conta atualmente com 22 mamógrafos em seu território, incluindo os públicos e os terceirizados pelo SUS. Desses apenas 17 estão funcionando.
A quantidade é considerada suficiente para atender a população do estado, mas aparelhos quebrados e a má distribuição estariam dificultando o acesso ao exame por grande parte da população, aponta o Denasus.
As clínicas com os equipamentos estaduais, por exemplo, não tem funcionamento regular. O Hospital Regional Lindolfo Gomes Vidal, em Santo Antônio, consta no Cadastro Nacional de Equipamentos de Saúde (CNES), mas nunca chegou a realizar o exame.
O problema é que falta a sala aonde vai funcionar a mamografia. “Quando a Policlínica fechou, no início do segundo Governo Wilma, esse aparelho veio para o Hospital, ainda na caixa”, relata a auxiliar administrativa do hospital, Socorro Silva.
Desde a época em que o equipamento foi doado, a direção começou a reformar uma sala para receber o aparelho, mas a obra ainda não foi concluída. “É uma pena, o hospital cobre 19 municípios, nós temos até quem faça o exame, mas não temos a sala. Freqüentemente eu vou a secretaria de saúde do município e vejo a dificuldade das meninas para marcar uma mamografia”, conta Socorro.
Foto: Gerlane Lima
Secretário estadual de Saúde, Domício Arruda.
De acordo com o Secretário Domício Arruda, a situação de Santo Antônio é a mais complicada. “Pedimos a secretaria de insfra-estrutura que libere a verba, falta apenas concretizar a barimetria do local, o problema é a burocracia. A questão do profissional já foi resolvida, só falta a estrutura”, declarou.
O Centro de Saúde Reprodutiva Leide Moraes é outro local indicado para realizar o exame, mas que está com o mamógrafo parado. “Nós recebemos uma processadora nova a aproximadamente 2 meses. O equipamento está funcionando, mas ainda não foi liberado pois é preciso uma série delaudos técnicos chamados de equalização”, explica diretora do centro, Débora Torquato.
Em Assu, o Hospital Regional Nelson Inácio dos Santos também possui um equipamento recentemente consertado e que ainda não está funcionando. “O diretor do Hospital já me garantiu que nos próximos 15 dias deve começar a realizar o exame”, garantiu o secretário. O problema também é a liberação de laudos técnicos.
O Centro Regional Integrado de Saúde (Cris) de Caicó seria o único com mamógrafo estadual funcionando. Mesmo assim, os exames não estão sendo feitos porque a funcionária responsável esta de férias.
A má distribuição é outro parâmetro para a baixa produtividade. O Cadastro Nacional de Equipamentos de Saúde (CNES) aponta que 50% dos mamógrafos privatizados pelo estado estão localizados na capital do Estado.
Privatização
A lista de mamógrafos privatizados pelo Estado também apresenta diversas informações imprecisas. De acordo com o CNES, seriam 31 mamógrafos privatizados. No entanto, a informação entra em conflito com a realidade. Alguns institutos e clínicas, por exemplo, não possuem mais convênios com o Governo e ainda constam no cadastro. Outros sequer chegaram a ser conveniadas, de acordo com clínicas consultadas pela reportagem e que preferiram não se identificar.
Em Natal, a Secretaria Municipal de Saúde mantém cinco clínicas conveniadas para a realização do exame: a Liga Contra o Câncer, a Clinica de Raio-X e Ultrassom, a Clinica da Mama e a Clínica Prontoneuro, quem mantém um mamografia dentro da Maternidade Leide Moraes.
“Nós estamos à cima da quantidade necessária de equipamentos se você considerar a população de Natal. Atualmente, a secretaria não registra nenhuma demanda reprimida. Para se ter idéia, em 2010, foram realizados mais de 20 mil exames”, explica a servidora municipal Maria da Saudade Azevedo Moreira.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) indica que deve existir e um aparelho de mamografia para cada 240 mil habitantes. Mesmo com as falhas dos aparelhos, o número de mamógrafos operando no Rio Grande do Norte é considerado pelo Denasus como suficiente para cobrir a população do Estado.
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