O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou ontem, veementemente, que pretenda se licenciar do cargo para participar da campanha da pré-candidata do PT, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Em entrevista às rádios Emissora Rural AM e Juazeiro AM, na cidade de Juazeiro, norte baiano, Lula classificou como “mentirosas” as informações neste sentido. Ele esteve em Juazeiro para participar do lançamento da 1ª etapa da obra de implantação de perímetro de irrigação, que faz parte do Projeto Salitre, no valor de R$ 251,5 milhões.
Segundo Lula, “seria uma coisa descabida imaginar que um presidente da República fosse pedir licença do cargo mais importante do Brasil para fazer campanha”, sobretudo sem poder contar com a substituição pelo vice-presidente, já que José Alencar também concorrerá nas eleições deste ano. “Não teria cabimento, não teria lógica, seria uma coisa vista, eu diria, de forma irresponsável com o mandato que me foi dado pelo povo brasileiro”.
No entendimento de Lula, “achar que eu me afastando posso ajudar mais um candidato do que estando na presidência, seria também diminuir um mandato”. O presidente continuou dizendo que, se fosse assim, quem não tem mandato teria mais força política do que ele (Lula), que tem mandato.
Lula criticou ainda o jornal (O Globo, cujo nome ele não citou) que publicou matéria na quinta-feira (4), dando conta do seu afastamento, dizendo que “a mentira foi contada ontem, e hoje (sexta-feira) o jornal tenta dar uma repercussão da mentira que eles contaram, tentando justificar o injustificável.”
Lula disse ao entrevistador que já aprendeu a lidar com esse tipo de situação, sem ficar nervoso. “Estou convencido, aos 64 anos, de barba branca, de que para o jornalista que age de má fé a melhor resposta é o seu ouvinte, o telespectador e o seu leitor”. E enfatizou que as pessoas precisam “parar de brincar com a inteligência do povo e que só tem um jeito de as pessoas serem respeitadas: serem sérias, falarem a verdade e não ficarem inventando coisas para preencher as páginas dos jornais”. E concluiu afirmando que não há hipótese de ele vir a se afastar da Presidência este ano. “O presidente da República tem que governar”, pregou.
Lula lembrou que em abril tanto Dilma quanto os demais ministros que deverão candidatar-se a cargos eletivos irão se afastar do governo, como rege a legislação eleitoral. “Mas eu ficarei até a meia-noite do dia 31 de abril e até a meia-noite do dia 31 de dezembro. Ainda dormirei presidente e só depois das 10hs da manhã irei passar o mandato para quem for eleito presidente da República”.
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