Além disso, as pessoas tendem a consumir mais água no banho ou na ingestão de líquidos a fim de permanecerem hidratadas. Todos os anos, a Caern registra um aumento médio de 0,7 milhões de metros cúbicos no consumo mensal entre outubro e março, o que significa que são consumidos 70 milhões de litros de água a mais por mês (ver infográfico) neste período. A professora Célia Fortes veio de Belo Horizonte e está sempre acompanhada de uma garrafinha de água mineral. “Onde eu moro o sol não é tão forte assim e, como eu tenho a pele branca, preciso me proteger. Passei protetor, comprei uns chapéus na praia e estou tomando água o tempo todo”, disse a turista que só sai de chapéu.
A comerciante Kelma Ramos é outra que não deixa de se proteger. Quando o sol está muito forte, ela leva a sombrinha a tiracolo para evitar possíveis problemas futuros. “Meu marido não gosta porque acha que atrapalha, mas sempre que está muito quente, como hoje (ontem), eu só saio com a sombrinha”, disse. Mas Kelma também é dona de sorveteria e agradece o calorão. “As vendas aumentam mais de 80% nessa época de calor intenso. De manhã, de tarde e de noite, tem cliente querendo comprar sorvete e picolé”.
O meteorologista Gilmar Bristot, da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), avisa que o calor vai aumentar ainda mais, já que é provável que o El Niño continue influenciando as temperaturas. “Novembro vai ficar um pouco mais quente porque o fenômeno vai ficar até o fim do ano e a tendência é que o calor aumente já que o Sol vai se aproximando mais da linha do Equador”. Os termômetros marcam 31º à tarde, mas em alguns locais, como no Alecrim, a temperatura chega a 38º C.
Cuidados necessários durante o verão
Já que está comprovado que o calor ainda vai permanecer por um bom tempo na capital potiguar, especialistas dão alguns conselhos para aqueles que querem se proteger da incidência solar. Protetor solar todos os dias, roupas leves e claras, muita ingestão de líquidos e frutas são as recomendações principais. Crianças e idosos são os que devem tomar cuidados especiais e redobrar a atenção nessa época de fortes temperaturas porque queimaduras e problemas respiratórios podem aparecer com mais frequência.
Segundo o geriatra Francisco Arnaud, o calor pode interferir na pele e nos aparelhos respiratório, digestivo e urinário dos idosos. Como há muita perda de líquido no verão e os idosos já costumam beber menos do que o necessário, o recomendável é que eles bebam, no mínimo, dois litros de água, sucos ou chás todos os dias. “O idoso tende a ter mais problemas respiratórios se estiver desidratado. Além disso, eles podem ter problemas intestinais, como a constipação, a problemas de pele por causa dessa desidratação”, explicou.
Mas é nas crianças que está a maior preocupação, já que são nelas que o calor tem maior repercussão. Segundo o pediatra Ney Fonseca, a perda de líquidos tem consequências mais graves e a pele da criança é mais sensível aos raios solares. “Nós vivemos em uma região que já é quente e está piorando ainda mais. Hoje, os médicos nem aconselham mais o banho de sol e, sim, o banho de claridade, para que a criança só receba os raios solares indiretamente”, disse.
Crianças acima de seis meses devem usar protetor solar fator 30 e roupas frescas, leves e claras. Outra preocupação é um futuro câncer de pele. Como a doença é cumulativa, ela pode aparecer em um adulto que teve muita exposição aos raios solares quando criança. “Essa é a principal fase para prevenção. As sombrinhas de praia não protegem quase nada as crianças, porque o calor que ela recebe é o mesmo”, disse Ney Fonseca. Então nada de levar o pequeno para passear depois das 10 horas.
TN.
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