Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o perfil do Cadastro Único (CadÚnico) do Programa Bolsa Família indica que a grande maioria dos beneficiários economicamente ativos do Bolsa Família tem vínculo empregatício precário ou trabalham por conta própria. Vinte e dois por cento trabalham na agricultura familiar; 15% são trabalhadores por conta própria e outros 15% foram classificados como desempregados ou com inserção marginal na economia.
Além desses, 13% dos beneficiários são empregados urbanos sem carteira; 9% são trabalhadores domésticos (com ou sem carteira assinada) e 7% são trabalhadores agrícolas sem carteira.
Há ainda cerca de 5,6 milhões de beneficiários que são empregados com carteira assinada. O número corresponde a 19% da População Economicamente Ativa (PEA), de 16 anos ou mais, que recebe o benefício (29,2 milhões de pessoas).
O estudo tem como base a identificação de famílias com perfil semelhante na Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (Pnad) de 2006. A indústria de transformação responde por 22% dos empregos das pessoas que têm carteira assinada e são beneficiárias do Bolsa Família; 16% trabalham no comércio e 14% na atividade agrícola.
De acordo com o estudo, “não há nada de errado” no fato de pessoas com carteira assinada serem contempladas pelo programa. “Eles estão no Cadastro Único simplesmente porque têm famílias numerosas e sua renda não é suficiente para a superação da pobreza”, explicam os pesquisadores que assinam o estudo, Jorge Abrahão de Castro (diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea), Natália Sátyro, José Aparecido e Serguei Soares. Se enquadram no critério do programa, as famílias que tenham renda mensal per capita de até R$ 140.
Nenhum comentário:
Postar um comentário