O valor da Arena das Dunas, estádio que será construído em Natal para a Copa 2014, sofrerá reajuste de 30% até o final de maio, quando está prevista a divulgação da empresa vencedora do processo licitatório. De acordo com Fernando Fernandes, secretário de Turismo do Rio Grande do Norte e presidente do Comitê Gestor da Copa em Natal, os custos podem saltar de R$ 309 milhões para R$ 400 milhões.
“É normal este reajuste se levarmos em conta os índices da construção civil e a atualização dos preços de materiais. Acredito que o valor pode ficar entre R$ 350 e R$ 400 milhões”, explicou Fernandes, que culpou a burocracia pelo atraso no início das obras. “Está sendo assim em onze cidades. Apenas Salvador já escolheu a empresa que vai tocar a obra lá”.
A data-limite da Fifa é 1º de março, mas Natal só lançará o edital de licitação em abril, adiando o início das obras para maio ou junho. Para Fernandes, no entanto, o atraso não prejudicará a cidade. "Tudo foi informado ao Comitê Gestor da Fifa, que aprovou o novo cronograma”, afirmou.
Segundo Fernandes, a mudança do modelo de contratação motivou o atraso. “No início, teríamos uma SPE (Sociedade de Propósito Específico), que envolveria a reforma e construção de toda a área do Centro Administrativo. O dinheiro investido ali seria empregado na obra da Arena das Dunas. Como isso não foi possível, e adotamos uma parceria público-privada, houve necessidade de prorrogar os prazos.”
Ainda segundo o secretário, cinco empresas garantiram participação na licitação. Duas delas já apresentaram projetos de viabilidade econômica, financeira e jurídica: A. Gaspar e Queiroz Galvão. A empresa vencedora deve ser anunciada no final de maio.
O secretário, no entanto, não soube precisar a data de início das obras, que devem começar após a homologação da licitação. O canteiro de obras será montado na entrada do Centro Administrativo, que se localiza ao lado do terreno da Arena. Apenas no final do ano chegará ao ginásio Machadinho e estádio Machadão. “Acreditamos que o Machadão será demolido no último trimestre deste ano, entre outubro e dezembro”, afirmou Fernandes.
Projeto virtual
Outro entrave para o início das obras da Arena das Dunas é a ausência de registro do projeto no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea/RN). “Não existe projeto registrado no Crea. O que existe é apenas um projeto virtual”, afirma Adalberto Pessoa, presidente do órgão e coordenador do Grupo de Trabalho do Crea que acompanhará as obras do Mundial, criado nesta quinta-feira (25), em Brasília.
Segundo Fernandes, o projeto da Arena das Dunas será registrado no Crea assim que as construtoras forem definidas. “Não se faz mais projetos deste porte em papel. Tudo hoje em dia é virtual. Quando a empresa vencedora for anunciada, o projeto será registrado e tudo vai seguir conforme a lei”, explica.
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